Soft Data vs Hard Data: Segundo Igor Mundstock, quem está mentindo sobre a economia americana?

Exploramos a diferença entre Soft Data e Hard Data na economia americana, destacando discrepâncias nas percepções e dados concretos.

Principais Pontos

  1. Soft Data são indicadores subjetivos baseados em enquetes e pesquisas.
  2. Hard Data são indicadores objetivos que mensuram variáveis econômicas.
  3. Enquanto Soft Data aponta para pessimismo econômico, Hard Data mostra estabilidade.
  4. Indicadores como PIB, varejo e desemprego não indicam recessão nos EUA.
  5. Dados subjetivos como sentimento do consumidor e expectativas de inflação estão negativos.
  6. O índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan caiu para 50,8, o menor desde junho de 2022.
  7. O mercado de trabalho americano segue estável, com média de 155.000 contratações mensais.
  8. A taxa de desemprego nos EUA permanece próxima de 4,2%.
  9. Salários nos EUA crescem 3,77% ano a ano, acima da média histórica de 3,11%.
  10. Produção industrial e varejo mostram recuperação em 2025.

Resumo

Desde o início de 2025, uma intrigante discrepância tem sido observada entre dois tipos de indicadores econômicos: Soft Data e Hard Data. Enquanto os dados subjetivos, como enquetes e pesquisas de sentimento (Soft Data), indicam uma economia americana enfraquecida e em declínio, os dados objetivos e quantitativos (Hard Data) sugerem estabilidade e crescimento contínuo.

O que são Soft Data e Hard Data?

Soft Data se refere a informações coletadas a partir de percepções, expectativas e sentimentos individuais, como as pesquisas do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. Recentemente, esse índice caiu para 50,8, o menor nível desde junho de 2022, pintando uma imagem preocupante da economia. Já o Hard Data, baseado em variáveis mensuráveis como PIB, taxa de desemprego e crescimento da renda, não corrobora esse pessimismo.

Discrepâncias Econômicas em Detalhe

Indicadores como o crescimento do consumo das famílias (3% acima da média histórica), vendas no varejo (crescendo 2,76% em termos reais) e o mercado de trabalho (com taxa de desemprego em 4,2% e salários crescendo 3,77% ano a ano) contrastam com os dados negativos de sentimento do consumidor e expectativas de inflação. A produção industrial também registrou recuperação após períodos de contração.

Essas diferenças são evidentes em gráficos que mostram o desempenho discrepante entre surpresas nos Soft Data e Hard Data. Enquanto os Soft Data apresentam queda acentuada, os Hard Data permanecem estáveis ou em crescimento.

Impactos e Perspectivas

Para investidores e analistas, entender essa divergência é essencial. Dados subjetivos, embora importantes para medir o humor econômico, não refletem necessariamente a realidade concreta mensurada pelos indicadores objetivos. Essa discrepância pode ser atribuída a fatores como mudanças na composição econômica dos EUA, menos dependente do setor industrial e mais orientada a serviços.

Conclusão

Embora os Soft Data apontem para um cenário econômico preocupante, os Hard Data indicam que a economia americana continua resiliente. É fundamental interpretar os dados com cautela e considerar o contexto mais amplo antes de tirar conclusões precipitadas.

Glossário

  • Soft Data: Dados subjetivos baseados em pesquisas e enquetes, como o sentimento do consumidor.
  • Hard Data: Dados objetivos e quantitativos, como PIB e taxa de desemprego.
  • PIB: Produto Interno Bruto, que mede o valor total de bens e serviços produzidos em um país.
  • Conference Board: Organização que mede indicadores econômicos, como confiança do consumidor.
  • Universidade de Michigan: Instituição que produz índices de sentimento do consumidor e expectativas de inflação.
  • PCE, CPI, PPI: Indicadores que medem a inflação sob diferentes perspectivas.
  • Payroll: Relatório de emprego que mede contratações líquidas nos EUA.
  • Building Permits: Licenças de construção, indicador do setor imobiliário.